Blaise Castle House

Blaise Castle House é um palácio inglês do século XVIII, construído no interior de uma propriedade (Blaise Castle) nas proximidades de Henbury, Bristol (antigamente no Gloucestershire).
A propriedade de Blaise Castle foi imortalizada por ser descrita como "o mais agradável lugar na Inglaterra" na novela Northanger Abbey de Jane Austen (no entanto, um sentimento não necessariamente partilhado pela autora).

Christinne Clare ☥ Second Year

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Depois do bar fiquei apenas perambulando pelas ruas da cidade, sem um destino certo. Admito que passando por algumas lojas ou algumas pessoas eu tinha vontade de fazer o mesmo que antes: roubar. Mas do mesmo modo que eu os via, também via viaturas da polícia em alguns pontos, e todos os oficiais me olhavam como se dissessem: "Eu sei quem você é, fique esperto garoto." E então começou a chover. Parei então em um lugar qualquer, tentando me aproveitar de um pequeno espaço onde eu poderia ficar sem me molhar completamente. Mesmo assim levantei o capuz da jaqueta para cobrir a cabeça, e depois, acendi um cigarro. Que merda de dia... Que merda.

Depois de um tempo, me despedi de Tyler e nos combinamos de se ver por aí. Eu sabia que ele não contaria dessa tarde para qualquer um, e não era estúpido a ponto de fazer isso, mas mesmo assim eu ficava com uma certa sensação estranha. Depois de um tempo, voltou a chover de novo. Praguejei, colocando o capuz da minha jaqueta, e indo direto a loja mais próxima. Até que o avistei, encostado em um canto, fumando cigarro. Assim que eu saíra da casa de Tyler, eu fora até o escritório do meu pai, sabendo que agora ele estava resolvendo algum problema do outro lado da cidade, referente a menores de idade e álcool. Bendito seja o poder deles descobrirem isso, porque eu tivera o escritório vazio. Todos por lá me conhecem há anos, portanto, disse que apenas fugia da chuva. Tinha a chave e discretamente comecei a olhar em algumas fichas. E, sem querer, acabei pegando na de Burton, Brook. Sorri enquanto caminhava até ele. Tinha todas as informações que precisava para me deixar em vantagem. Quando ele me viu, revirou os olhos, mostrando o dedo do meio, mas continuei andando. E aí, Brook. Digo, passando a língua nos dentes. Como eu estivera ansiosa por esse momento. Ele continuava me ignorando. Acho que você deveria entrar para uma conversinha. Ele simplesmente vira a cara, começando a se afastar, e me irrito. Empurro-o para a parede, olhando bem nos olhos. Muito bem, Burton, ao menos que você queira que o mundo inteiro saiba que é um estuprador que matou o próprio pai, você reconsideraria a minha proposta. Murmuro, escolhendo bem as palavras. Vejo que consegui sua atenção, e sorrio. Pois é, Brook, agora tenho você em minhas mãos.

E em meio a chuva mais alguém se aproximava. Jessica Talbot. Eu já estava com os nervos atacados, e se mais alguém viesse, eu sabia que poderia perder a cabeça. Portanto, revirei os olhos e mostrei-lhe o dedo do meio, na tentativa de afastá-la, mas ela continuou vindo. Merda. A alternativa era ignorá-la o quanto podia, mas ela insistia em falar. Queria ir embora, desta vez indo direto para casa, no meu quarto, onde eu sabia que ninguém me incomodaria. Mas fui surpreendido sendo colocado contra a parede. O cigarro caiu de meus dedos, e suas palavras preencheram meus ouvidos. Naquele momento eu sabia que havia sido pego e que estava nas mãos dela. Meus olhos se arregalaram e perdi um pouco a cor. Shhh! Disse, olhando um para os lados, procurando qualquer um que pudesse estar por perto e nos ouvir. As ruas estavam vazias, felizmente. Então voltei a olhá-la. De repente lembrei-me de um sonho que tive há umas semanas, e que havia se repetido algumas vezes. Eu subindo as escadas para nosso antigo apartamento, com tudo escuro atrás de mim até que não podia mais me mover, e ouvia os passos pesados de algo se aproximando. Eu tentava me mover, mas nada acontecia, e então, o corpo de meu pai apareceu, tentando me pegar e eu acordava. Engoli em seco. Você fala como se ele fosse um cara perfeito que merecesse viver. Meu pai não era o seu, Jessica. Lembre-se disso... Disse com a voz firme e em murmúrio, ainda temendo que alguém se aproximasse e ouvisse tudo. Você não sabe o que ele fez.

Confirmo com a cabeça, um tanto irritada. Posso não saber disso - apesar de a sua ficha conter algumas informações sobre o seu pai, também - mas não se faça de santo, Brook. Digo, chamando sua atenção. De vítima. Afinal, seus alvos não foram apenas seu pai. Concluo, levantando de leve as sobrancelhas. Mas enfim, não vamos continuar nessa chuva. Vamos entrar em algum lugar para... conversarmos.

Eu não sou santo. Disse simplesmente. E eu sabia que não era, e não me faria disso algum dia. Muito menos de vítima. E nem você. Então um pequeno sorriso surgiu em meu rosto. Eu sabia que alguma coisa essa menina já devia ter feito no passado, ela não era totalmente limpa. Algo que conseguira esconder das revistas e das câmeras de modo muito bem feito. Respirei fundo. Mas agora, querendo ou não, eu estava nas mãos dela, pois eu não queria que minha condição se espalhasse. Eu ainda não havia cumprido todo o tempo da pena, apenas estava cumprindo do lado de fora sob os olhos de vários policiais e até mesmo rastreadores. Respirei fundo novamente. Vamos até minha casa. Falei enfim. Não, eu não queria que ela fosse, mas não tinha outro lugar, e não estávamos tão longe.

Não respondo nada quando Brook diz aquilo. Apenas arqueio as sobrancelhas, dando um leve sorriso, deixando que ele entenda o que bem querer. Mas ele tem razão, não sou uma santa. Se as pessoas soubessem metade das coisas que já fiz e nunca conto... Talvez Brook tenha chegado a essa conclusão por causa da minha diferente personalidade. Apenas me conhecendo um pouco melhor as pessoas sabem que não sou a mesma garotinha da tevê. Ou ele pode ter feito aquilo para me deixar assim, pensativa. Ou então ele falou apenas aquilo por falar mesmo. De qualquer forma, apenas concordo com a cabeça, sorrindo com a ideia, de ir na sua casa.